A Associação Livre – Psicanálise em Londrina foi fundada em 01/12/2012 com o agrupamento de algumas pessoas com o objetivo comum de, a partir das letras de Freud e Lacan, estudar e colaborar para a transmissão da psicanálise.
Trata-se de uma associação, sem fins lucrativos, organizada e sustentada pelo trabalho de seus membros e participantes na direção da produção de um espaço institucional de interlocução e formação permanentes.
Sabemos que além do “autorizar-se de si mesmo” através de sua análise pessoal, um analista se faz num espaço onde possa ir além do próprio saber adquirido, através do convívio com outros analistas, dando provas de seu ser e de seu saber e reinventando-se permanentemente em sua função.
Fica o convite a todos os interessados pela psicanálise para conhecer nosso trabalho e dialogar conosco.
Neste ano de 2025, nosso eixo de trabalho na ALPL será a ética da psicanálise. A ética ocupa um lugar central no pensamento de Lacan, sendo um dos pilares fundamentais para a compreensão do discurso psicanalítico. Lacan, no seminário VII intitulado “A ética da psicanálise”, propõe uma interrogação radical sobre a especificidade da ética dentro da prática psicanalítica. Diferente da ética em outros campos, que buscam um "bem supremo" como critério moral e estabelecem princípios universais para a ação, a ética da psicanálise não se ancora em um ideal normativo ou em um imperativo categórico. Ao contrário, ela se funda na relação do sujeito com o seu desejo. Lacan articula o desejo e a Lei como dois elementos fundamentais para a compreensão da ética psicanalítica. O desejo surge como um efeito da falta constitutiva do sujeito e se estrutura no campo do Outro, ou seja, dentro das coordenadas simbólicas que regulam a subjetividade. A Lei, nesse contexto, não se apresenta como um conjunto de normas repressivas, mas como o que possibilita o próprio funcionamento do desejo. A interdição é o que organiza o desejo, pois impede sua satisfação plena e permite que ele se mantenha em movimento e seja relançado. Portanto, a ética da psicanálise não propõe a supressão da Lei em nome de uma liberdade irrestrita, mas convida o sujeito a reconhecer a Lei que estrutura seu desejo e a partir desse reconhecimento a possibilidade de sustentar um desejo a partir de um compromisso com a verdade do sujeito.
Fabiana F. Y F. Tkotz